O uso de ferramentas e soluções para a continuidade do ensino no país é uma tendência que continuará no pós-pandemia, segundo Edson Burg, especialista da Clip Escola, que ministrou workshop nesta sexta-feira (7) para gestores públicos de diversas cidades e estados, promovido pela Rede Cidade Digital. “É uma tendência de anos anteriores. Já se vem pensando em tecnologias para a educação há bastante tempo, de se criar novas maneiras do atendimento para as salas de aulas. O que antes eram inovações se tornaram necessidade de um dia para o outro. As tecnologias fazem um caminho sem volta”, destacou Burg sobre o surgimento de soluções, aplicativos e sistemas para gestores, docentes, pais e alunos que devem melhorar a gestão escolar pública de agora em diante.
A necessidade de se inovar e informatizar os setores educacionais também impulsionou o surgimento de novas startups. De acordo com pesquisa feita pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB), em parceria com a Abstartups, são 566 edtechs ativas no país em 2020, um percentual 26% em relação às empresas mapeadas em 2019. “Esse aumento expressivo se deu pela necessidade do ensino a distância, de se criar soluções que atendam essa necessidade”, observa o especialista.
Segundo a especialista em Negócios para o Setor Público, Ana Carolina Costa Lacerda, a agenda digital, por exemplo, é a ferramenta necessária para garantir o melhor aproveitamento do ensino, seja no modelo híbrido ou 100% remoto. “São ferramentas que trazem um plus para que o professor consiga controlar a participação na aula”, comenta ela sobre a disponibilização de conteúdos, provas e atividades.
Além das possibilidades para as aulas, Edson Burg também ressalta maior eficiência e controle nos processos administrativos. “Desde um controle de matrícula, desse momento que você tem um grande volume de informação, até outras rotinas menores”, argumenta.
O diretor da RCD, José Marinho, também lembra da necessidade da adoção de políticas públicas que garantam o acesso dos alunos aos ambientes virtuais. “Esta pandemia mostrou também a diferença social. Temos pelo menos 30% da população brasileira que não tem acesso à internet. Essa é uma realidade que envolve o setor da educação pública nos municípios. Então, pensando nessas diferenças, as cidades estão adotando medidas para o fornecimento de conexão e equipamentos”, observa.
É o caso de Caraguatatuba, no litoral norte paulista. O secretário de Tecnologia da Informação da Prefeitura, Josemar Vieira, conta que a solução encontrada foi a instalação de hotsposts nas entradas das escolas municipais. “Quando começamos a disponibilizar conteúdos online tivemos conhecimento de uma realidade que não esperávamos encontrar, que é a ausência de acesso a internet por mais de 70% dos alunos ou pais. Antes da implantação das aulas online, os acessos ocorriam dentro das unidades escolares”, detalha. "Esses momentos de workshops nos ajudam e muito no momento de tomada de decisões", completa o secretário.
Autor:
Sharlene Sarti
Fonte:
Rede Cidade Digital